Secret Tales
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Resumo

Desde a última Guerra Santa entre os Deuses e seus cavaleiros, o planeta Terra passou por grandes transformações: As temiveis mudanças climáticas ocorreram modificando a flora e fauna na terra, criaturas antes nunca vistas agora ameaçam os homens; A escasses dos recursos humanos levaram o homem a ganância por poder, países antes ricos perderam suas fortunas e guerras se tornaram comuns; Os avanços na tecnologia e medicina foram sobrepujados por novas Pandemias e conflitos religiosos e políticos. Em meio a esse cenário de caos as novas gerações de cavaleiros também sofrem mudanças. Não mais existem cavaleiros como outrora, poderes e habilidades se modificaram, armaduras se adaptaram. São poucos os servos dos antigos Deuses gregos que surgem e menos ainda são os adeptos a lutar por eles. Estamos em 2.300 a.c. Uma nova era tem início com novas missões metas diferente da de outras Guerras Santas. Junte-se a nós neste conflito! "

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 O fim secreto do último conto

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Baikal
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MensagemAssunto: O fim secreto do último conto   O fim secreto do último conto EmptySeg Mar 23, 2015 10:05 am

Quando uma última história se passa e não existe mais ninguém para relatar, como alguém, mesmo de fora, pode saber o que ocorreu? Pelos indícios, é a única maneira, tal como faz um investigador em uma cena de crime. O que restou para se apurar o ocorrido? Nada, salvo por memórias de vidas não-vividas, nem passadas, nem futuras, mas profundamente ligadas às almas das pessoas que as sentiam. Chamemos estes Reminiscentes.
Uma donzela no oriente que ao olhar para um espelho viu a sombra da Morte sonhou, vida após vida, sobre ser uma jovem graciosa numa terra repleta de caídos pela fome e doença, que ao seu toque e cuidado podiam ter uma segunda chance de viver. Eles a chamavam Cyane, pelos olhos da mesma cor que tinha e ela veio a servir o Deus dos Mares, ainda que ele não estivesse “lá”, à maneira dos deuses de estar. Ele precisava ser resgatado e partira a garota numa jornada, ao lado de outros como ela, pessoas especiais num tempo de escassas oportunidades. Então veio o começo dos desastres e ela se viu enterrada nas profundezas da terra, mais que isto, nos confins do mundo inferior dos mortos, cujos espíritos antes ela apenas vira como fantasmas... Foi lá que a serviço da Rainha Deles, encontrou o elmo do Senhor do Submundo, Hades.
Aquele elmo estava ligado à quintessência do deus e mesmo estando este espírito fraturado, o Elmo deu a ela poderes para viajar pela existência, muito além do mundo ordinário que ela conhecia, e encontrar suas partes perdidas. O Elmo exercia tal influência que não só a deixava invisível aos olhos dos outros, mas a própria garota parecia esquecer quem era e mesmo isto sendo lembrado através de um sonho, era terrível o modo como ela estava aprisionada em seu próprio corpo, as duas, a do sonho e a que sonhava, nesta mesma condição. Ao que a Alma Divina ia sendo coletada, tomava consciência de quão fraco seu poder estava e que algo que lhe era apenas uma impressão estava acontecendo de forma inabalável. Os Antigos Titãs tinham reaparecido... Mas assim como ele, ainda não estavam completos. Foi aí que todas as lembranças convergiram para a prisão no Tártaro, onde outras memórias lhes diziam que ali estavam confinados os pares de Hades que podiam clamar seus direitos por aquela terra e suas águas, Poseidon e Athena.
D’outra forma, outros três indivíduos do Leste se reuniam no Oeste com a mesma particular condição: lembranças e visões que não eram suas. Uma sacerdotisa caída, rebelada e disposta a se redimir; o mensageiro dos deuses, maldito, que a acompanhava; e o velho general que depois de muitas batalhas, decidiu lutar pela paz definitiva. Naquele tempo e mundo desconhecido para eles, caótico, eram muito diferentes. O velho, era novo e ingênuo; a moça era outra, mas reta e orgulhosa; o maldito, mal tinha um passado para poder se arrepender.
Lembravam-se de um céu de lua partida e sua terra santa devastada em cratera. Viam uma dupla de irmãos, um meio-fera, o outro, de meia-confiança, posto que vinha de um grupo que pregava o quão inevitável era o fim do mundo. Este sujeito se dizia outrora um aliado, tendo entrado para a facção fatalista para obter mais informação sobre a natureza do apocalipse vindouro. Ele tinha um plano: uma forma de fugir deste mundo, assim como os deuses antes deles fizeram e alguns do seu exótico povo também, no passado remoto. Mas para fazer jus à antiga aliança com a deusa dos homens, tinha o intuito de levar não apenas uns poucos, como os outros deuses, mas uma rota de fuga para tantos quanto conseguissem reunir. Claro, também precisava de ajuda para abrir aquela rota, e de tempo, antes que os Titãs convergissem seu poder sobre a Terra. Para angariar todo o poder que precisavam, instrumentos seriam necessários e recuperaram um deles, a lança-tridente de Libra. A ferramenta foi empunhada pelo jovem, cujo resto das armas envolviam máquina, mistério e animal, o belo corcel Troubadour. Graças a ela as outras armas poderiam ser encontradas e juntas usadas para cortar o tecido da realidade e abrir a rota de fuga. Por outro lado, os três heróis pensavam se não podiam usar este poder para defender o mundo do fim, algo que parecia ainda mais absurdo.
A rota deste grupo foi para o Leste e durante o dia de viagem, algo muito estranho ocorria no Oeste, uma profunda escuridão dominava tudo que estava no horizonte para trás, como se o Sol não alcançasse aquele ponto, ao passo que no Leste o sol brilhava intenso, como um infinito meio-dia. Marchando pelo continente apenas sentiram os tremores, mas ao chegarem na costa, encontraram o mar destruindo tudo que havia na sua fronteira com a terra. Antes disto, o restante das 12 armas foi encontrado nas montanhas, reduzido a pó dourado. As esperanças escasseavam, mas de alguma forma, podiam sentir que o metal não estava morto e reagia à intensa luz solar daquele mundo. À face da terra que secava sob o sol violento, o guerreiro em branco e seu irmão de pelo e chifres pensaram que talvez pudessem conseguir forjar uma nova arma usando aquela energia e cumprir seu objetivo.
Ainda que aquilo parecesse impossível, outras tarefas tão árduas quanto aconteciam nas outras vivências que uma donzela guerreira no ártico experimentava. Dotada de uma aliança com uma figura misteriosa, o monstro das profundezas do mar ao Norte, ela conseguiu ter clareza do risco que sua existência e de sua contraparte guerreira nos tempos de fim do mundo compartilhavam. Esta contraparte separou-se de seu grupo nas terras do Norte e conheceu os ermos do Oeste, do outro lado das águas em que afundou, na companhia inesperada do Rei Feiticeiro, homem que encarnava o nórdico deus Freyr. Ali a morte se confundia com a vida e a fim de resolver este mistério, atravessaram das montanhas para o reino etéreo, aliados ao Velho Marujo que outrora seria Njord e três espíritos animais. Viajaram a Muspelheim, a dimensão infernal onde as almas eram purgadas, ligadas às bocas de fogo e gelo que existiam no arruinado Submundo. Formaram um pacto com a serpente de fogo Xiulcouatl, que se uniu em armas à companhia de homens-deuses, e também com o Rei Yama, seguindo dali para o Submundo com um propósito ousado, conquistar e destruir a alma de um dos titãs, Iápetos, o primeiro mestre da morte.
Desta arriscada jornada, em dura peleja armados com artefatos de incomparável valor, conquistaram o primeiro inimigo e por três vezes o aleijaram, uma vez por cada deus, até que nada mais conseguiu restar de seu espírito e ele desapareceu. No entanto, quem desferiu o terceiro golpe não foi o Velho Marujo, mas o Rei Yama, que secretamente acompanhou o grupo em disfarce. Yama interveio adiando a morte do marinheiro, que só despertou mais tarde, em Alfheim, onde a aliança do Rei Feiticeiro e a Dama Guerreira do Ártico prosseguia.
O dilema que tinham era a informação que obtinham da serpente – as armas que precisavam para continuar lutando contra os outros titãs estavam no reino dos Svartálfar, anões. O deus em que a Dama confiava, porém, jazia bem próximo de onde lutaram no Submundo, na prisão do Tártaro, e o Rei Yama sabia como chegar lá. A decisão foi precipitada com os incêndios que aumentaram naquele domínio, desafiando sua natureza sempre amena. Rapidamente procederam às cavernas e libertaram os anões dos gigantes que na onda de caos ali invadiram. O arsenal deles, diversas armas e utensílios de propriedades únicas, lhes foi dado à disposição para a batalha. Então viram em um espelho o que sucedia na Terra, como ela parara de girar e o sol ardia no Leste enquanto o Oeste que salvaram da morte afundava no frio das sombras. Viram de uma ilha erguer-se um gigante, ainda maior que Iápetos, brilhante em sua armadura de metal e de cujas mãos uma espada de fogo se formava. Aquilo parecia obra dos homens, como os navios de aço que a Dama conhecia, mas muito mais elaborado e exalava poder transcendental. Hyperion, maior que o Sol, o alimentava.
O Rei Feiticeiro cogitou munir-se de seu javali dourado, mas o fato era que os anões tinham um gigante feito do mesmo material que o lendário martelo de Thor. O problema, como o aliado de Hrungnir feito de barro, era que mesmo um gigante precisa de um coração. E nenhum coração de homem, anão ou elfo era grande o bastante para alimentá-lo. Então viram no espelho, do outro lado do mar, um jovem sobre um cavalo que já fazia parte de alguma estrutura de metal. O ser de barro foi feito vivo com o coração de uma égua, o garanhão Troubadour foi então sugerido pelos anões para que fizesse Stryker Hrungnir, o lutador de ferro, ser o campeão contra Hyperion em combate.
Ainda que funcionasse, o que contavam os anões era mais do que contrapor sua criação ao Titã, mas sim usá-la como condutor para o poder que reuniam e mantê-los a salvo até que finalmente fosse destruído. Em pouco tempo se prepararam e surpreenderam o cavaleiro de Troubadour por uma segunda vez... Lá, o grupo aguardava o retorno dos irmãos das montanhas onde desapareceram para forjar a nova arma quando o horizonte marcou-se de luz ardente. Deixando as águas do mar lançando vapores, o gigante de aço, Kyojin no Hikari. Enquanto a Mestra da Excalibur cuidou de defender a vila onde aguardavam, já tão danificada pelos maremotos, testemunhando o imenso poder da máquina movida a Cosmo Sobredivino, o Cavaleiro Alado e o Amaldiçoado Mensageiro fizeram o possível para levar à segurança das montanhas o maior número de pessoas. Logo havia apenas um ermo deserto de sucata, sendo fundido a cada raio que escapava do confronto com a pequena mulher. Exausta, seus aliados a acudiram e então o piloto daquela figura assombrosa avistou o Cavaleiro voando ao seu redor, tentando lhe distrair. Ele anunciou ser o rival, que fora abençoado como Filho do Sol e protegeria o Império numa nova era. Aí é que foram interrompidos pela chegada de Stryker Hrungnir e seus quatro lcomendadores.
Em combate via se provado que Kyojin tinha um campo de calor ao seu redor, praticamente impenetrável, engolindo qualquer energia que fosse lançada contra ele e convertendo em plasma qualquer material que o tocasse, mesmo toneladas de água como quando atravessou o mar. Por outro lado, Hrungnir era bem mais rudimentar na aparência, pelas costas parecia uma grande fornalha e para aquele abrigo chamaram os três valentes. Quão surpreso não ficaram todos quando o metal resistiu e absorveu a energia do raio do gigante inimigo.
Rápido o couatl correu entre os tubos que ligavam as engrenagens do construto anão e feito sangue suas chamas incendiaram as caldeiras. Explicaram rápido quem eram, reconheceram que podiam outrora ser inimigos, mas diante dos fatos, era claro que estavam juntos por uma causa comum. Desconfiados, escutaram sobre como aquele gigante funcionava e que em símile a um homem, ele também precisava de um coração. Nenhum coração humano era grande o bastante para ele, nem mesmo de um deus, como o Rei Feiticeiro ou seu pai espiritual, o Velho Marujo Lendário, tampouco uma fera espiritual, o bravo Unicórnio Negro que levava a donzela tinha um corpo etéreo nesse mundo físico. Um não vigoroso foi a resposta. Pronto para cavalgar seu corcel de alas metálicas e desafiar seu rival em um combate justo, apoiado por seus companheiros, fora o mesmo detido apenas pela própria criatura. O traje de bronze desfez-se dele e cercou o jovem, revelando a mais crua forma meio máquina que ele tinha. O jovem em lágrimas tentou arguir, falou que desde que fora modificado pelos mesmos homens que criaram aquele titã de aço e energia, mas todos presentes podiam sentir as vigorosas batidas do coração de Troubadour. Irmão desde a infância do menino, já era maduro em sua idade, o garoto não o compreendia por completo, mas a gentil besta sim. Seguiram os dois e o Rei Feiticeiro para a câmara mais profunda e se despediram, como parecia ser a última vez. Então ficou para trás as patas de metal que à força lhe deram e para uma redoma de cristal o grande coração se mudou. Todos que dentro de Hrungnir estavam sentiram aquela calma energia que antes era tênue no olhar da criatura, mas ainda assim, o gigante não se mexeu. Ao irem aos controles, viram que faltava algo, uma chave, feita de três pontas. Os anões não a haviam mencionado, imaginaram, inverteram a ordem da missão, talvez, pois o tridente do Senhor dos Mares talvez fosse o meio, o terror se espalhava conforme mesmo não sendo dizimados pela energia, logo chegava a eles fisicamente o titã e cada vez mais intenso ficava o seu poder, como uma estrela que aquece mais os planetas que a cercam de perto e consome os asteroides que a atingem; mas o jovem recorreu à última arma dourada que ainda havia e com quem tanta familiaridade tinha e ali cravou. Um súbito balanço e Stryker Hrungnir se levantava e num único impulso erguia um soco impelido por um martelo de pressão que lançou de volta ao mar o titã.
O duelo se tornou do fogo contra o ferro. A energia cedida pelos passageiros de Stryker Hrungnir e pelos ataques resistidos de Kyojin no Hikari se reunia para dar aos golpes e novos disparos de raios dele novo poder, restando ao titã oriental bater como um martelo o metal em brasa viva, a fim de torcê-lo, dobrá-lo e por fim, moldá-lo ao fim que pretendia, a destruição. A água, inclusive, era um ponto fraco. Faria a têmpera do metal mais cedo e sob este conselho o jovem piloto a evitou – e foi pressionado contra ela. A luta era diferente dos padrões que aqueles santos guerreiros estavam acostumados. Não se tratava de medir quem era mais rápido, nenhum gigante pode ser tão rápido, mas cada golpe tinha o impacto de montanhas em desabamento, cada raio tinha uma fração do sol contida e dispersa de modo inevitável contra o outro. O que um podia fazer sobre o outro era pressão, resistir e devolver, rajada sobre rajada, golpe sobre golpe, até que um caísse em uma cilada ou se exaurisse – risco ao qual estavam muito mais próximos os homens e mulheres que enfrentavam o titã Hyperion. O garoto responsável pelos movimentos tinha, devido a sua peculiar armadura mecânica anterior, experiência com aquilo e a usou em seu favor. Também tinha notável fé – apenas precisavam queimar seu espírito mais quente que o Sol, mais quente que Hyperion. Podia ser feito, ele perguntava, não podia?
Ainda que estivessem confiantes, era um tremendo poder a que se opunham e sua fraqueza foi percebida, fazendo com que o Oceano ficasse às suas costas, onde perdendo o calor que acumulara, acabaria por endurecer e quebrar. Entretanto, uma saída foi antevista e causando uma explosão contra a terra, saltou aos céus evitando o mar. Ficou contra o sol e mesmo assim, não houve sombra, pois brilhou ainda mais forte que ele. Todos tiveram que saltar para o mar, a fim de se salvarem da imensurável temperatura e ao fim, cavalo e cavaleiro pareceram desaparecer no meio de uma explosão que lançou tudo mais para longe do ponto de ignição. Ao mar, com o grande poder que tinham, conseguiram escapar da morte e flutuar sobreviventes, não muito longe da ilha que fabricou aquela máquina empregada por Hyperion. Nenhum deus precisou intervir para garantir que o Titã não ressurgiria, pois aquela estrela brilhou mais forte que ele. Por um talvez tolo motivo, todos os seis olharam para o oeste com esperança, enquanto o céu se cobria de poeira e a luz aos poucos até no leste sumia.
As águas revoltas cercavam a ilha onde pousaram, o plano era voltar a procurar Yama para negociar uma maneira de resgatar os deuses de ambos os lados reunidos. Todavia, um tremor os fez pensar que era preciso fugir, quando descobriram logo que a ilha era parte de uma colossal criatura. Sobre ela vinham dois dos companheiros dos quais a Donzela havia se perdido. Não estavam sós, outros monstros marinhos se erguiam no horizonte. Souberam do favor de Oceanus, o titã que tal como as esposas, fazia parte do mundo sem clamar seu domínio. A confusão que existia nos domínios dos mares não havia sido plantada por ele, mas pelos filhos de Krios, o titã austral. Estavam sendo combatidos pelos homens do mar desde que foi descoberto sua insídia e sua filiação com a Ordem que trabalhava para assegurar o fim do mundo não foi tão surpreendente para os que já a conheciam. Os titãs, por sua vez, ficavam mais fortes. Seu pai, Uranos, se aproximava e seu poder se espalhava sobre todo o mundo. Pouco tempo tinham e os mais argutos titãs que restavam não os subestimariam nem mais um pouco.
Num plano bem diferente, o que lembrava uma feiticeira era que seu espírito voava pelo etéreo mundo dos deuses, vazio, no entanto. Procurando por eles, pares da Deusa, apenas fantasmas fugidios encontrava. Como o povo esquecera dos deuses e os deuses abandonaram o mundo, nada ali tinha mais uma forma, desmanchava à aproximação da viajante astral e apenas o vazio cercado de neblina parecia encher os Céus. Encontrou, todavia, um lugar que parecia ter um imenso muro no topo de uma montanha, como uma cidadela, mas tudo lá estava desabado, desde o portão. Foi ali que uma sombra subiu sobre ela, longas asas tal como um anjo. A figura lhe disse que os deuses haviam ido embora, pois não havia esperança para o mundo. Seus servos os seguiram, para lhes prover do outro lado. Não era possível mais segui-los.
Questionado sobre sua razão para ficar para trás, mesmo sendo um anjo, o mesmo respondeu que o desespero não lhe era estranho, em verdade, ele o cortejava desde que fora expulso dali, repudiado como muitos outros. Disse que por muito tempo andou nas terras vazias do Submundo, até encontrar outros como ele, renegados, caídos, e eles o seguiram para alimentarem-se da fraqueza de outros que podiam cair como eles, de outros cuja esperança falia conforme a humanidade, à imagem dos deuses, sangrava a si mesma. Ainda assim, supondo saber quem era aquele belo, porém sombrio, anjo, questionou sobre a perspectiva mais uma vez. Se aqueles de que fugiam os deuses eram os portadores da destruição, os titãs, se preparando para batalhar contra o próprio Céu primevo, que diferença havia em ficar em meio ao desespero. Ele riu dela, primeiro, achava aquilo um momento saboroso, e quase exclusivo. Segundo, porque ele sabia que quanto maior o desespero, mais aguçada ficava a vontade dos poucos que não convergiam para ele. E ele, assim se dizia, era um destes. Confiava na vilania humana, no apego deles, alguém faria alguma coisa, desafiaria o destino. E seria sua vitória.
No entanto, nas outras vezes em que os homens se levantaram contra poderes maiores, na luz da Deusa da Sabedoria podiam confiar para ira além da resignação e cortejar o impossível, pois ela os conhecia melhor que eles mesmos. O Outro riu, talvez porque se ela oferecia sabedoria, ele vivia da ignorância. Entretanto, ele mostrou algo consigo, uma coisa que parecia uma fagulha, mas não tinha luz, pelo contrário, era algo que desafiava a visão, pura sombra. Aquilo, traria a eles quem tinha os meios de fazer o resgate e ele estava em posse exatamente do que era necessário para que isto fosse bem sucedido. A misteriosa conversa prosseguiu pouco mais, ao que o tempo não fazia muito sentido ali, então surgiu uma bela jovem trajada de cinza e azul em posse de um elmo terrível. Apareceu como se sempre estivesse ali, espreitando, a Morte revelada. O anjo o saudou, Imperador do Inframundo, e recebeu de volta os cumprimentos a Iblis, a Razão do Desespero.
Diante do fragmento, revelado uma fração generosa do que faltava da Alma Divina para que o Imperador voltasse à plena existência. Em troca, ele precisaria guiar aquela jovem consigo até o poço do Tártaro e usá-la, para fim de trazer de volta ao mundo os seus pares. Em lugar de Zeus, Athena poderia se juntar a Poseidon e Hades a fim de derrotar Cronos. O fato da jovem ter chegado até ali indicava que ela era o ser humano mais apto àquela troca. Ainda assim, era apenas uma. Iblis negou, disse que havia um outro, ligado a ela, que bastando um pedido seria feito de Escudo e até sacrificaria em seu lugar e pelos deuses. Bastião era seu nome e fazia jus a ele. Havia, ainda, mais um porém. Outros aliados lutaram naquela batalha – quanto a isto Iblis anunciou que já haviam aliados em movimento que contavam com eles, tinham apenas de ser rápidos, pois a consciência dos inimigos engrandecia a cada instante.
O choque para a viajante espiritual vinha de pedir pelo sacrifício de seu Bastião sem sequer perguntar a ele se estava realmente disposto a isto. Arrebatá-lo, como se fosse dona de sua alma. Não lhe deram tempo para pensar, foi arrastada com a outra jovem que levava o Elmo do Invisível para o recanto mais profundo do Submundo. A paisagem abissal parecia ainda mais arruinada que a celeste, com o fogo e as cinzas misturados a escombros por toda parte, com apenas vagos sinais das árvores que haviam em torno da caverna e portão para o Tártaro. Antes de adentrar ali, rumo ao desconhecido, tentou a viajante obter um mínimo de diálogo com a de olhos cianos, à mulher e não o espírito que sussurrava do elmo. Ela respondeu, dizendo que viajara até ali com companheiros a fim de trazer Poseidon de volta ao mundo e com ele a paz na natureza, mas não sabia da gravidade da situação. Nisto eram irmãs de propósito, mas Hades e Poseidon colocaram-se contra Athena muitas vezes, o que a fazia ajudar Hades e pensar que dali viria uma aliança em favor do mundo? A jovem, um tanto confusa pelos sussurros, cobriu os ouvidos e dali se concentrou para responder que podia dar em nada tentar. Mas ela preferia pensar que se não tentassem, os deuses que acreditavam no fim do mundo estariam certos, porque todos já haviam desistido dele. Mas se tentassem, talvez os deuses julgassem que tinham mérito para uma outra chance. No mínimo, iriam perecer juntos, homens e deuses, de modo que ela preferia morrer assim do que fugindo.
Em troca, uma pergunta foi respondida. Quem era o sujeito cuja vida estava nas mãos da viajante. Ela afirmou com grande ternura que era alguém que por muito tempo ela confiou a vida e ele preservou, agora sentia-se ingrata pelo que tomaria dele. Com uma voz carrega de transcendente sabedoria ouviu a condutora do Imperador responder que se ela decidisse diferente apenas traria sofrimento a ele. Se iam juntos ao sacrifício, ficariam assim para sempre, seja lá quanto mais pudesse durar o sempre naqueles tempos.
Sem mais esperarem, a Portadora do Invisível abriu o portão do Abismo e o vazio dele pareceu-lhe infindo. A Viajante Espiritual nada podia divisar naquele escuro poço para as almas, mas os brilhantes olhos cianos mostraram o caminho. O que mais existia ali era aterrorizante, sendo quase abençoado que elas não pudessem reconhecer, apenas sentir medo. Quando esta sensação foi revertida para uma súbita chama de esperança, o lume das duas almas refletiu em duas armas fincadas no chão. Corpos frios, petrificados, jaziam ao seu lado. Poseidon, um homem do mar com uma feição severa num infinito olhar para os portões que se fecharam séculos atrás. Athena, uma jovem moça cujo fito voltava-se para cima, incapaz de alcançar o céu, mas esperando que ele voltasse a se abrir para ela. A Portadora clamou como o Irmão que era – “entregue-se, liberte-os”. Mas a Viajante hesitou, era ainda confuso o que devia fazer. Então como súdita dos mares ela repetiu-se, ela mesma entregaria sua vida a ele, mas não podia, já foi tomada dela. Então houve um terceiro pedido, remoto, mas pulsando do âmago da Viajante. Era um primeiro pulso, viril e bravo, que a fez lançar-se em carga contra o tridente, erguer e cravar contra si, tirando de si uma primeira alma. Ferida, caiu sobre o báculo da Vitória e estendeu a mão para se despedir. Seu gesto foi concluído pelos deuses, quando o Senhor dos Mares ofereceu as mãos para a Sábia Senhora se apoiar. Choravam pelo sacrifício, mas o Irmão mais Novo, ainda diante do sucesso, não tinha outra expressão, apenas respeitava o valor do ato e aguardava que estivessem prontos para sair dali com ele.
O grupo que reunia monstros marinhos, generais, deuses e santos desceu ao Mundo Submarino e às ruínas da antiga Atlantis a fim de alcançar um local de repouso e replanejamento. Contrário às lembranças que o lugar sugeria, em contraste com o mundo exterior, relativa tranquilidade havia ali, alheia às tormentas e trevas exteriores, embora ainda fosse uma profunda escuridão que os cercasse – repelida pelas piras acesas em torres e templos. Algo tomou urgência pouco depois de chegarem – a ausência da armadura do Senhor dos Mares. Supondo que seu senhor ainda estava preso, parecia ser resultado de um furto da Ordem insidiosa que se infiltrou e plantou discórdia entre os atlantes usando a imagem do titã Oceanus para confundi-los. A Armadura era ligada à água e por meio dela tinha voltado até ali, assim como a Égide de Athena retornou pelos céus ao seu Santuário na Grécia. Teria a rocha lunar a destruído quando o satélite fora fraturado? Ou a presença de acólitos daquela Ordem nas vizinhanças indicava outro furto? O inimigo estava claro, precisavam derrotar os remanescentes guerreiros que abandonaram a humanidade para abrir caminho até os últimos Titãs que se levantavam.
A divindade Couatl deixou os homens e mulheres cuidarem da ameaça em seus pares e retornou ao seu mundo de fogo para informar-se do que se dava no lado imortal da realidade. Seguiram de volta às águas abaladas pelo caos e o pálido sol atravessava pouco a nuvem de poeira que cobria os céus. Cada guerreiro da Ordem brilhava como uma centelha na costa dos mares do sul. Pareciam esperar por eles, mais de uma dezena, com quatro deles notoriamente armados como dragões, negro, dourado, azul e vermelho – faltava apenas o branco, que ocupava-se em forjar-lhes uma nova arma. Atrás deles um vulcão que surgira do dia para noite tinha vaga lembrança à forma de um trono ou degrau e parecia conter um tremendo poder. Por outro lado, o Mestre das Bestas Marinhas não os reconheceu como oponentes, sua ameaça era algo muito maior, e lançou sobre eles o ataque das gargantuas seguido de ondas gigantescas que tal como a cauda de um imenso dragão varriam tudo, era este o poder combinado de apenas dois dos Generais dos Mares. Ainda assim, os quatro dragões da terra permaneceram, lastimando apenas que os seus companheiros não fossem dignos de estar ao seu lado.
O Dragão Negro, de língua eloquente, propôs que medissem sua determinação de sobreviver entre eles. Uma disputa, um a um, humano contra humano, e a custo de suas provas, os demais, algo além da mortalidade, poderiam ir e enfrentar outros seus iguais, a fim de obter os tais artefatos que queriam. Afirmava, pela Ordem, que era uma luta vã – os deuses da trindade que outrora derrotaram Cronos não estavam mais entre eles e mesmo que recuperassem o que buscavam, nada adiantaria, eram tolos de achar que o Dragão Branco poderia fazer algo por eles, a esta altura, o mesmo devia estar em vão tentando fugir. Foi então interrompido por uma pluma negra. Se propunha que resolvessem a questão com duelos, tinha um desafiante no Santo Maldito. Era irônico que este só pudesse ver em preto e branco, assim ele e seu adversário teriam exatamente a mesma cor, tudo mais entre eles em tons de cinza.
O Dragão Dourado não quis aceitar muito bem àqueles termos, guardião que era, mas foi cercado pelo retalhar em igual lume da Excalibur, espada sagrada. Seguiram adiante o misterioso General e Dragão Marinho, deixando seus pares, Kraken e Scylla, para enfrentar os dragões vermillion e azure, para seguir ao lado do Rei Feiticeiro e o Velho Marujo rumo ao vulcão. Não estavam satisfeitos com a divisão de atenção, mas apenas precisavam recuperar a armadura e ir embora dali, sem deter-se mais tempo que o necessário, sobretudo confiavam nos seus, embora não tanto nos aliados que fizeram em curso de batalha. Scylla, um espadachim, clamou trovões contra as névoas e ventos azuis do oponente, convertendo seu campo de combate numa tempestade viva. Kraken, fluindo tentáculos douro e fogo ao seu redor, ria do pequeno verme ígneo que a enfrentava, comparando-o ao indômito couatl que tornara-se seu confidente em infernais ermos. À intensa batalha, pressão crescia sobre o jovem das penas negras, que tinha seu senso crítico avaliando que dentre todos, era o que menos condições tinha de ser bem sucedido, mas não desistiria.
O cenário aos poucos se agravou. Ainda que Excalibur pudesse cortar de tudo, as escamas daquele dragão dourado pareciam impenetráveis. Frio e relâmpago não obedeciam ao comando dos guerreiros do mar, toda a natureza parecia insana e aqueles quatro “dragões” pareciam estar loucos na mesma sintonia, beneficiando-se da contramão. Revertendo a dominância, o Dragão Negro Kurogane pisou sobre o oponente e anunciou que ele não seria derrotado sozinho, apenas seria apagado primeiro, ou talvez, incapacitado para assistir sua bela amiga ter a vida ceifada pelas costas, uma morte apropriada à mais leal das amazonas. O desprezo infectou o espírito do Amaldiçoado, mas lá encontrou um lugar familiar, há muitas eras sua alma sentia aquilo, a falha, a inveja, então abraçou a sensação que o mudar do mundo trazia para si e deixou-se envolver por aquilo, arrastando para sua sombria forma de enxergar a pujante força vital do seu oponente. As plumas que outrora nada o incomodavam sob sua armadura quase divina, aprofundaram-se e com um orgulho de ser algo quebrado o santo impuro se levantou. Cega era sua visão e não pode assistir seu próprio triunfo, apenas percebeu a fagulha da vida do dragão se esvair, antes de cair junto com ele, envenenado de tanta treva que consumiu.
A queda do amigo fora sentida com pesar maior que a alegria pela vitória, a Leal Amazona procurou ir acudi-lo, mas o mesmo sugava as forças de qualquer um que se aproximasse – e ela não podia dar-se ao luxo de oferecer as costas ao oponente, por mais honrado que lhe parecesse. Comprometeu-se com uma vitória rápida para liberar-se, mas o mesmo aproveitava o fato que a Excalibur parecia pesada demais para um uso competente. No caos, o poder da espada crescera além do que a perícia da guerreira permitia usar. Era um poder na forma de fardo, um potencial tão bruto quanto uma montanha inteira cheia de ouro, mas nenhuma ferramenta para escavá-lo. Logo ficava em parcas condições de se sustentar lutando, assim como não tinham melhores condições os generais do mar.
O nome, porém, não era em vão, e eles não estavam lá para duelar, mas vencer. Para abrir uma brecha nas tormentas do dragão Azure, o ataque dos leviatãs invocou, as águas trouxeram uma chuva de pequenos agressores enquanto os maiores podiam clamar trovões ou mesmo pura energia que sobrecarregavam o oponente, criando a distração necessária para o ataque final. Tamanho distrair clamou a atenção até para a disputa de fogo e gelo, quando Vermillion voltou seus olhos para a adversária, viu muito mais no vermelho dos olhos dela, viu um desespero que nada tinha a ver com o confronto, nem mesmo com a fúria que consumia o planeta. Compartilhava com o Kraken a visão de cair num mundo vazio de tudo que era familiar, alienígena e repudiavam-no tanto quanto ele às criaturas demoníacas de lá. Ambos os dragões alienados acabaram trespassados por lâminas, da espada relampejante ou dos tentáculos brônzeos, e derrotados foram.
Evocar aquelas criaturas tomara grande força dos generais e não puderam oferecer auxílio ou seguir adiante. Outrora favorecida pela lua, não tinha mais o astro velando por ela, sequer o mundo distinguia mais dia de noite, sendo aquele lugar um eterno cair de noite. Ela não só era a última engajada em combate, se falhasse, a vida dos outros três estaria à mercê do Dragão Dourado. Comparou o peso daquelas vidas, do mundo inteiro, ao do que carregava no braço e num lampejo conseguiu entender – e se mover a tempo de se defender de um golpe fatal. O peso que tinha em suas mãos não era outro senão o que ela mesmo tinha de responsabilidade, com seus amigos, com todo o mundo e com a Deusa. Não se acumulavam, balanceavam-se de maneira que havia uma fração de força na Excalibur para cada pessoa que dela precisava. Então ergueu as mãos sobre os ombros e para lançar o mais simples dos golpes preparou-se. Poderia ser desviado, ou mesmo antecipado e ela atacada antes, mas moveu-se deste jeito assim mesmo e num instante, ar, terra e inimigo foram divididos e uma grande frincha se abriu dali até o horizonte.
Horizonte este que iluminou-se do vermelho ígneo de uma erupção. O magma lançava-se em torrente para cima e um imenso volume dele parecia se levantar do monte como se fosse de fato um trono. Aquilo parecia certamente o poder de um dos titãs e não vinha só. Os mares se rebelavam com a extrema tempestade que vinha do Norte e em breve estaria entre eles. Enquanto a Dama Invernal parecia dividir-se entre a preocupação com seus companheiros que tinham ido naquela direção e qualquer plano de ação para defende-los ali, preparando-se para urgir em direção ao monte em chamas, surgiu entre eles àquela que era Invisível. Retirou seu elmo e com ele nos braços foi reconhecida pelos seus pares generais. Sobre cada ombro dela pousava a mão a Deusa e Donzela ao lado direito e Regente dos Sete Mares à esquerda. Foram reconhecidos pelos seus seguidores não pelas auras, ou pelos trajes, mas apenas pela impressão de que já conheciam suas feições, porque noutra vida, ao lado deles, estiveram ao seu lado como agora estavam.
Quando ganharam ciência de que aqueles quatro era o que restava das forças de mortais em seu favor, surpreenderam-se com os aliados que haviam conquistado entre figuras neutras, como outros deuses e a dupla de irmãos da Velha Lemúria cujo plano ainda não tinha dado frutos. A princípio, escapar para junto destes dois seria uma solução razoável, para que todos estivessem recuperados – mesmo os deuses haviam voltado à vida fazia pouco tempo. No entanto, haviam outros que precisavam ser resgatados, assim como Athena agora fazia com o seu amaldiçoado mensageiro e o deixava dormir em paz. Poseidon foi informado que sua armadura estava lá e que tinham as feras ancestrais dos mares despertas em seu favor, lideradas pelo general de Scylla. O plano de ação então tornou-se um confronto elusivo. Iriam subir de volta ao monstro marinho, lançar uma carga oceânica contra o titã de rocha e lava, e aproveitar a deixa para invadir sua estrutura e recuperar o que era preciso. Exceto por Athena, que deveria ir atrás daqueles lemurianos e buscar o que quer que estivessem preparando. Hades, contudo, aproveitou-se da frincha aberta pelo golpe de Excalibur e lançou os corpos dos derrotados como oferenda, invocando dos fossos infernais seus próprios cães para que não precisasse depender das feras marinhas. Desapareceu do campo de batalha com eles – certo de que ao retornar levaria mais uma vítima consigo.
Sob o ataque das águas o corpo titânico enrijecia e retornava, embora instável, à forma de monte. Tinham pouquíssimo tempo para mover-se ali e acessaram dos ombros da figura uma caverna. Poseidon cravou seu tridente no corpo, mantendo-o frio o bastante para não ser capaz de se mover enquanto os demais seguiram e descobriram que parte do monte-gigante ainda estava feito de rocha original e um cadáver que não era de seus pares, mas sim de um dos filhos de Krios, o titã cuja carga por pouco tempo mais poderia ser contida. Seu corpo estava fundido à terra, pois lava correra pelo piso antes de esfriar-se, restando apenas pouco dos ossos e de sua adaga, de adamantina resistência. Seguiram os sons até o topo, a cabeça do gigante abrigava uma imensa câmara e lá sobre uma pilha de tesouros, dentre eles a armadura de Poseidon, um guerreiro sobrepujava os adversários que em conjunto resistiam – a câmara revelava sinais duros de batalha até então. Era ele Pallas, às suas costas sua irmã Astraios parecia sob sua guarda, e ele clamava vingança pelo irmão Perses que perecera primeiro. Seu pai, Krios, conduziria ela sobre o mundo e iniciaria o chamado por Cronos quando juntasse suas mãos com Koios, a fúria do norte.
Aquela reunião pareceu aumentar uma postura de receio em Astraios. Pallas discursou uma vez mais sobre o inevitável e apontou sua lança para o vazio, interrompendo uma furtiva abordagem de Hades e seus cães invisíveis. Cravou a lança então na pedra, em essência, o próprio corpo do seu pai. A convulsão do magma não pôde mais ser detida e tiveram de fugir apressados, cada um levando uma parte da armadura divina que tinham recuperado e então retornaram ao abrigo do mar. A ira de Krios lançou-os com a besta marinha longe dali, ferindo a criatura mortalmente. Poseidon, em completo arsenal, abençoou a partida dela e iniciou sozinho uma nova investida. Manteria Krios ocupado, atrasando seu encontro com Koios ao máximo.
Enquanto com braços de águas os cornos de lava eram segurados e a besta titânica contida, o grupo exaurido tentava, num pequeno iceberg criado pelos generais, divisar uma estratégia. Seu desamparo interrompeu-se quando retornou em um piscar a deusa Athena e duas companhias lemurianas, o dragão branco e o carneiro áureo. Equipada com sua Égide, revelara-se que assim como as vidas dos seus santos guerreiros, a armadura fora salva por uma lemuriana, avó daqueles dois moços, um deles finalmente revertido de sua forma bestial. Nas mãos do dragão branco havia uma longa espada dourada, que ele informou que precisaria para dar cabo em seu plano. Se por um lado, sua mãe servira à Deusa até os últimos momentos, seu avô, ainda que responsável pela sobrevivência de ambos, estava escravizado pelo titã Krios. Sua mente, contudo, ainda podia ser encontrada e eles dois pretendiam fazer uso dela para alcança-lo e eliminá-lo com aquela espada, feita com a disciplina que ele mesmo lhes ensinou.
Todo o grupo retomou o ataque em torno de Krios, os três Deuses do Olimpo, o Rei Feiticeiro e seu pai, homens e mulheres, cego e visionário, atacaram como enxame, na mesma escala em que seus golpes caíam como picadas, incômodas, mas de mínimos danos. Enquanto lutavam, desapareciam dentro das cavernas em lava viva os irmãos em branco e ouro a fim de encontrar o corpo de seu ancestral. Aquele confronto não podia durar muito mais, com a tempestade de Koios assomando no horizonte. Vinha do norte um tropel de gelo e vento, com monstruosidades levantando-se das ondas gigantescas e ganhando efêmeras formas a cada milha, engolidas repetidamente pelo vórtice. O contato de ambos era iminente e ficar entre eles como estavam parecia uma condenação, mas a deusa Athena pousou sobre as águas e colocou seu báculo no magma e o petrificou. Pisou sobre ele e ajoelhou, usando toda sua força para mantê-lo imóvel. Os demais auxiliaram na empreitada difícil e quando a jovem pareceu perder a consciência, seus irmãos a levantaram e tiraram de lá. Krios explodiu em carga contra Koios, mas desfez-se em meio ao caminho, voando como uma chuva de meteoros contra a enxurrada de água e gelo. A espada dourada saiu girando entre os fragmentos, marcada do sangue do fratricídio.
Koios, único dos irmãos de Cronos que sobrevivera até ali, abraçou cada fragmento de lava e pareceu desfazer-se em névoa. Longe aquilo estava de ser o fim, pois a fumaça formava uma gigantesca nuvem sobre a abóbada celeste, uma figura capaz de abraçar a face da terra com sua forma terrível. Sem tempo para lamentar o inevitável, o grupo foi içado para um lugar alheio, como se caísse num sonho. Ali estavam num grande piso de mármore, Athena e Poseidon, o Rei Feiticeiro e seu pai, assim como os três generais e dois santos, ainda que em poucas condições de lutarem. Chegava à sua presença mais quatro figuras, Xiulcoatl, bem vindo, assim como o Rei Yama, Surtr e Iblis, os quatro reis infernais. Mas representando o submundo estava Hades, segurando a espada dourada como se sua fosse, tendo a recuperado quando houve a explosão, e a Rainha do Inverno, Hel, ao lado de um guarda-costas de aspecto lupino e outro de forma escamosa, os herdeiros de Loki. Isto, era tudo que restava das forças contra os titãs. E era pouco.
Não fizeram questão de isolar-se dos homens e mulheres que os assistiam, mas o que tinham a discutir não parecia estar à alçada deles. Iblis, reconhecido no seu papel de Acusador, começou o argumento de que lutar contra os titãs não teria como saída evitar a grande destruição, já que se Cronos e seus irmãos não estiverem aqui, o retorno de Urano daria fim a este planeta, tomaria tudo daqui e levaria a outro canto do universo, talvez jamais dando forma à vida novamente, deixando isto para outras criaturas... Como eles. Podiam tomar a força daquele planeta antes dele e fundar um novo mundo, em outro lugar. O meio, bastava um pacto. Como heróis que enfrentavam o caos, teriam facilmente a confiança dos vivos que restam – e como senhores dos mundos dos mortos, já tinham a chave para levar todas as almas que ainda restam, se tivessem consigo a força dos vivos.
Athena objetou de imediato, antes que qualquer outro protestasse, mas indagada sobre o que podiam fazer, ela apenas respondeu o que sabia que era preciso: lutar. Poseidon e o Rei Feiticeiro apoiaram. O último alegou, fitando as crias de Loki, que o Ragnarok sempre contou com a destruição em batalha para a renovação do mundo, bastava que lutassem e que alguns sobrevivessem e teriam sucesso. O problema, replicava a Rainha do Inverno, era que estavam além do Ragnarok, senão ela estaria do lado dos inimigos afinal. Em um planeta devastado, que está em ponto de se desmanchar, não haveria muito o que sobreviver. Até a morte havia cessado de ocorrer como devia, os corpos morrem, mas os espíritos não ficam mais livres. Ou ficavam livres demais, comentou jocosamente o jovem Rei Yama. Mostrou a eles que havia desde imortais de amigos apegados, olhando diretamente para o Velho Marujo, quanto impertinentes mortais que mesmo destruindo titãs, ainda queriam ficar e lutar – e o Pégaso apareceu diante deles, junto de seu cavaleiro, recusando-se a acompanhar o espírito mortuário, yamaduta, ao outro mundo, num raro caso de liberação de um espírito depois dos eventos com Iápetos. Esperança, por definição, impedia o plano de Iblis de dar certo. Além, é claro, do problema dele poder enganar a todos e ficar com o poder maior para si, ou qualquer outro em seu lugar. Não podiam confiar uns nos outros o bastante para delegar alguma liderança, afinal.
Havia uma outra direção que não haviam tentado ainda. Quando Poseidon recordou-se da primeira revolução contra os titãs, liderada por Zeus, buscando algo além das suas armas feitas pelos ciclopes, às quais entregaram parte de sua alma para conseguir elevar seu poder, veio à General do Kraken uma memória que não era nem daquela história, nem de outra que recuperasse. Era algo no futuro, um futuro que não parecia ter impedido os titãs. E havia ali um mundo devastado, cheio de bestas gigantescas e a destruição atingia até Atlantis... Isto também reviveu uma outra lembrança da Viajante Astral, agora existindo junto de Athena, que também viu este futuro. Era isto inevitável? Ela pensava que não, pois sua visão mostrava dois mundos em choque, duas possibilidades. Era possível lutar, afinal. E como faziam isto? Então a jovem atlante respondeu – na visão, ela era o Kraken em si, estava livre e sua ira e poder eram tremendos.
Afinal, o que era aquela criatura que habitava nos olhos vermelhos da garota? Todos tinham esta mesma pergunta, mas apenas Xiulcoatl e Poseidon a haviam visto – mesmo assim, não tinham certeza – era um sobrevivente da primeira guerra contra os titãs? Um dos hecatônquiros? O poder deles era absurdo o bastante para Gaia ter demandado sua prisão e conspirado contra Urano. Ainda assim, Zeus os libertou – e lhes pagou com a morte, em maioria. Os demais foram selados, deixaram o mundo. Como podia ele ter permanecido – e qual era sua intenção? Pretendiam que ele se manifestasse, mas o mesmo continuava contido nos olhos dela. Afinal, ele não estava ali, mas sim em algum lugar no abismo onde encontrara a ancestral dela. Agora, mesmo que o trouxessem ao seu lado, o futuro que ela antevira não era de uma vitória. Foi aí que Hades propôs algo que abalou toda a comitiva – trazer outros como ele usando a espada que serviria como rota de fuga. Em vez de criar uma saída, criariam uma entrada. Para alguns deles, o suficiente para conter Uranos, exterminar Cronos e, por fim, acabarem se permitindo ser contidos novamente. O Rei Feiticeiro logo apontou uma falta, não só por que se importava com o possível sacrifício da moça para fazer o Kraken liderar esta horda de... Seres de outros mundos – mas que ao fazer isto duas dimensões estariam conectadas e tudo mudaria. “Que mude, mas o seu fluxo continuará, vida e morte não se acabarão sob o caos, desta forma, é uma nova chance!”, alegou Yama. O tempo deles parecia cada vez mais próximo do fim e tinham logo que decidir-se. Hades, precipitando tudo, ergueu a espada em direção aos olhos de Kraken – se ele a atacasse, o portal seria aberto e a sorte estaria lançada!
Poseidon, Athena e o Rei Feiticeiro apontaram armas contra Hades e qualquer outro que estivesse disposto a agir daquela maneira, precipitada. Os outros mortais também se exaltaram, protestando contra aquilo tudo que parecia jogar fora todo o ideal que buscaram. Usar a espada para fazer as pessoas escaparem, como sugeriram os lemurianos, era uma hipótese viável, mas do mesmo modo que a vinda do Kraken deixava este mundo ligado a outro, a fuga deles deixaria este ao próximo, o que poderia ser usado pelos titãs para expandir sua devastação. Os deuses do Ragnarök se manifestaram a favor de Hades, destruir e renovar era ótimo, uma chance, em particular, para eles, que reveriam toda a história agora com uma posição privilegiada. Surt contava com a profecia para vencer se lutasse contra o sucessor de Freyr e tudo mais parecia condenado se lutassem entre si. Poseidon, como o mais velho dos olimpianos bateu seu tridente contra o chão e os trouxe de volta ao mundo físico. Vários deuses ficaram invisíveis, mas o escutaram chamar para um único plano de ação: ele, Athena e Hades iriam negociar os termos com o Kraken e sua dimensão. Os demais, impediriam a plena manifestação de Kronos atacando Koios com todas as almas, fogo e gelo que tinham ao alcance nos infernos. Aos demais mortais Athena deu um único comando para eles: havia muitos como eles que precisavam de auxílio e deviam se espalhar pelo mundo a fim de manter a esperança deles viva a fim de que isto sirva de contrapeso na barganha com os seres de outro mundo, pois com eles dividiriam o futuro.
A costa ocidental estava nas sombras desde que o planeta parara seu girar. O abismo sob as águas não era difícil de encontrar, conforme revelava um imenso olho vermelho sob as águas. Da perspectiva da mortal, era familiar encontrar aquele ser, mas estranho também enxergar algo que sempre sentiu dentro de si e viu apenas nos sonhos, em parte. Não foi preciso usar a espada, ela apenas se despediu do Rei Feiticeiro, seu amante, prometeu se esforçar para seu suserano Marinho e lançou-se às águas, retornando de lá como uma abominação jamais sonhada pelos que a viram antes. Terror era o que ela percebia neles, mesmo os que tinha como os mais queridos, mas ainda assim, procurando uma bravura excepcional para seguir adiante, o Rei Feiticeiro foi até ela, cuja face estava imersa no grotesco ser tão grande quanto os titãs que enfrentaram, e se despediu, prometendo encontrá-la outra vez, se existisse outra vez. Dali partiu para o fronte com o titã Koios e ante o monstro de tentáculos, o tridente das Tormentas, o báculo da Vitória e o elmo do Invisível reagiram, reconhecendo sua origem que transcendia esta dimensão. Ante o enorme olho no topo da criatura, um ciclope de incontáveis braços, Poseidon, Athena e Hades fizeram sua proposta. Desafiarem juntos Cronos e Uranos, e juntos recriarem um mundo novo. O Kraken então respondeu apenas com terror e fascínio. Era a linguagem de seu mundo, talvez mais próxima dos titãs, mas, desde a perspectiva de Zeus, mais nobre. Eles permitiam que a vida se formasse, eram curiosos quanto a ela, apenas... Eram monstruosos demais para as pequenas centelhas de vidas mortais os aceitarem. Estavam dispostos a arriscar a sanidade deste novo mundo?
Um louco, então, surgiu para questioná-los. Um homem que parecia estar sempre naquela pedra, observando eles. Apoiava-se num cajado e sobre este restava um corvo. A ave voou e ele anunciou que a loucura era um desafio ao valor dos homens. Aqueles que podiam enfrenta-la, tornavam-se unos com os deuses. Fitando o grande Kraken, ele se curvou e disse que seu filho custou o Ragnarök por um bom motivo, afinal. Cortejou a loucura e foi recompensado, seguindo seus passos. Athena reconheceu o Caolho, Odin. Poseidon perguntou onde esteve, ele e seu panteão. A resposta fora simples – os deuses não puderam retornar à encarnação e seus espíritos escaparam deste mundo conforme ele enfraquecia. Não simplesmente fugiram, se perderam. Precisavam ser reavidos. Daí ele também partiu, para procurá-los. Procurar outro Patriarca. Então ele encontrou, mas não pode traze-lo de volta. Zeus estava lá, na Dimensão Anciã, de onde viera o Kraken, que respondeu com um sentimento de ironia. Hades não apreciou aquelas linhas, mas Athena confiava no pai e pediu que a espada fosse usada para abrir o portal. Isolado, ele cedeu, mas exigindo que Odin explicasse o sentido daquela partida. A razão fora uma só, curiosidade. Zeus viu o poder dos monstros ancestrais que o ajudaram a depor seu pai e, tão logo viu que Athena poderia sucedê-lo, cumpriu sua parte no acordo secreto e viajou à dimensão deles. Enfim, novo pacto teria de ser criado, Odin estabeleceu. E foi feito.
Em terra firme desafiando as tempestades santos e generais usavam poderes incríveis para levar as pessoas a abrigos conforme a terra tremia a beira de um colapso. A incerteza crescente fazia os dois santos sobreviventes olharem entre si com dúvida do que Athena podia fazer ao lado de deuses tão pouco preocupados com os mortais. Inimigos por todo o tempo e agora em busca de aliados ainda mais terríveis, então uma aragem os alcançou e sentiram que não deviam desistir do que acreditavam, assim como o menino que cavalgava o vento fizera. As bestas marinhas e as águas amansadas pelos generais atlantes ofereciam abrigo, ainda que não tivessem ideia em que isto ajudava ao seu Imperador. Levar pessoas para Atlantis e abriga-las lá, mesmo que não merecessem tal misericórdia, era sua missão. Por fim, sobreveio o cataclísmico surgir de Cronos, como um pilar gigantesco ele se ergueu no horizonte, projetando uma grande sombra no leste e no oeste brilhando recebendo a luz na face. Seu corpo tinha rios por sangue, a lava por músculos de o vapor saía das suas articulações, como um maquinário gigantesco, revestido da rocha da crosta do planeta. Sua cabeça era grande o bastante para conter uma cidadela em seu topo. Contra ele, lampejos surgiam, que aos poucos ganharam formas de tentáculos, membranas, músculos nus em carne e outras formas improváveis daquelas proporções. Quando o Kraken e Cronos se bateram, o mundo inteiro sentiu medo. Uma batalha inimaginável começava a acontecer.
A terra levantou-se para o espaço, porque o planeta inteiro devia estar se movendo, com os gigantes que lutavam com tanta força fincando raízes na mesma, ela era um balanço e acelerava rumo ao seu fim. Então houve um segundo impacto na lua e o céu se encheu com a imagem de um dragão de luz, ele apareceu num lampejo aos olhos de gente comum e tudo se desfez. Aos deuses e homens próximos deles, foi um mergulho único em que se engalfinhou com o titã e ao mesmo tempo foram todos atacados por deuses da terra e além dela. Converteu-se tudo em força e esta força criou um vórtice que absorveu não a matéria, mas a essência por trás daquilo, todo o medo, toda a esperança, todo o orgulho e os desejos, a culpa, a raiva e o amor, numa fusão de mortais, deuses, espíritos e a própria natureza, até que brilhou outra vez, como uma estrela, mais do que isto, como o princípio de tudo, e fez-se luz outra vez... Ou assim pareceu, no sonho daqueles que assistiram este último conto de um mundo secreto, por todos mais esquecido, mas cujas evidências podem ser percebidas no mundo que lhe sucedeu. Uma terra onde homens e deuses se separam por sua coragem, virtude e pureza. Onde a morte não é o maior mistério de todos, mas sim, apenas uma parte de tudo aquilo que não se vê. Um mundo onde pesadelos são reais, assim como os sonhos. Um mundo que não esqueceu o que é esperança, mas que é sempre tentado a perdê-la. No final, parece que aquele conto secreto não de tudo se encerrou, apenas foi escondido sob outros.
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O fim secreto do último conto
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